quinta-feira, 24 de novembro de 2011

As horas pela alameda

As horas pela alameda
Arrastam vestes de seda,

Vestes de seda sonhada
Pela alameda alongada

Sob o azular do luar...
E ouve-se no ar a expirar -

A expirar mas nunca expira -
Uma flauta que delira,

Que é mais a idéia de ouvi-la
Que ouvi-la quase tranqüila

Pelo ar a ondear e a ir...
Silêncio a tremeluzir...

Fernando Pessoa

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