sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

CLAROR LUNAR

Lírios, lírios, mais lírios... chovem lírios...
A noite é branca como a ilusão
E aflora a doçura do perdão
Sobre o pranto de todos os martírios.

Há uma vaga claridade de círios...
A lua é uma hóstia em comunhão
E recolhe-se a alma com unção
Castigada por todos os delírios.

E é sob o clarão da lua suave
Quando o poeta que medita sabe
As tristezas enormes de Pierrot,

E quando lhe assassina a agonia
Das nostalgias brancas de Maria
E as nostalgias rubras de Margot.


Alfonsina Storni
Tradução de Cristiane Carvalho e Manolo Graña

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