segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"O espelho! Verdugo de meus dias, de minhas noites. Imagem tão traumatizante como os próprios traumatismos. Todo o tempo essa impressão de ser apontada com o dedo. 'Frida, olha-te. Frida,contempla-te'.Já não há sombra de verdade onde esconder-se, nem cova onde retirar-se, entregue à dor, para chorar em silêncio sem marcas na pele. Compreendi que cada lágrima traça um sulco no rosto, por jovem e firme que seja. Cada lágrima é uma fragmentação da vida.
Observava meu rosto, meu mínimo gesto, as dobras das colchas, seu relevo, a perspectiva dos objetos dispersos ao meu redor. Durante horas me sentia observada. Me via. Frida dentro, Frida fora, Frida em todas as partes, Frida ao infinito."






(Frida Kahlo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário