segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tarde triste de agosto
neste ermo de secretas covas
repousa um corpo sem desgosto
sofre um coração em lágrimas.

Na falsa paz da insídia do destino,
eis que me curvo:
fui apanhada nas malhas
de armaduras e gesso.

Tudo é lícito neste leito injusto
inútil chorar lágrimas não ouvidas
soluços silentes.

Somos os mortos de ontem
tranqüilos
sobreviventes.


(Frida Kahlo)

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