terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Que são para nós, meu coração, leitos de sangue
E de brasa, mil homicídios, e os longos gritos
De raiva, soluços de inferno arrasando
Toda a ordem; e o Aquilão sobre os destroços;

E toda a vingança? Nada!... Agora mais
A queremos! Senados, príncípes, industriais:
Pereçam! Poder, justiça, história: a baixo!
É nosso. O sangue! o sangue! a chama d'ouro!

Todo para a guerra, a vingança, os terrores,
O meu espírito! Viremos na calúnia: Passem,
Repúblicas deste mundo! Imperadores,
Regimentos, colonos, povos, basta!

Quem revolveria a fúria revolta de fogo,
A não ser nós, e aqueles que cremos irmãos?
A nós será de agrado, romanescos amigos:
Nunca trabalharemos, oh vagas de fogo!

Desapareçam, Europa, Ásia, América,
Pela nossa marcha vingadora ocupados,
Cidades, campos!- Seremos esmagados!
Explodirão vulcões! O Oceano atingido...

Oh, meus amigos! - Meu coração, irmãos decerto:
Negros desconhecidos, se fossêmos! Vamos!
Oh desgraça! sinto um tremor, a velha terra,
Em mim cada vez mais vossa! a terra funde.

Não é nada; cá estou; cá estou ainda!




Arthur Rimabud

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